Cirurgiões do Hospital Universitário Karolinska, em Estocolmo, realizaram com sucesso o implante de um órgão artificial num ser humano. A traqueia, feita de material sintético e baseada na traqueia do paciente que sofria de um cancro em estado avançado, foi concebida por cientistas do University College London a partir de imagens em 3D do órgão do doente e revestida na Suécia com células estaminais, retiradas da sua medula óssea. A base, feita de vidro com diversos poros, foi mergulhada neste tipo de células que se dividiram e se transformaram em tecido, dando forma à frágil estrutura que se tornaria, em seguida, a própria traqueia.
Esta técnica é considerada revolucionária porque permite a substituição de órgãos sem o recurso a a dadores, o que pode constituir um processo de espera muito longo, e a anulação do risco de rejeição do novo órgão.
“Graças à nanotecnologia, neste novo ramo da medicina regenerativa somos agora capazes de produzir uma traqueia feita por medida num prazo que varia entre dois dias a uma semana. (...) é uma traqueia sintética. A beleza disto é que você pode tê-la imediatamente. Não há nenhum atraso. Esta técnica não depende de uma doação humana”, explica o professor italiano Paolo Macchiarini , responsável pela operação, acrescentando que é um processo aplicável a outros órgãos.
O médico removeu a traqueia e a restante área afectada pelo tumor, substituindo-a pela traqueia sintética. Células estaminais retiradas da medula óssea e da mucosa do nariz também foram implantadas durante a cirurgia. O paciente está a recuperar bem um mês após a realização da operação.
Fonte:
Sanz Pinto, Sara. i, ed. 8 de Julho de 201, p.10.
G1 Ciência e Saúde e BBC.
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