Desde o início do mês de Junho, dois robots preenchem metodicamente o interior do espaço histórico do Arsenale Novissimo, em Veneza, com pequenas esferas pretas de 5 centímetros de diâmetro… a estrutura resultante assemelha-se a uma enorme onda de milhares de pixéis.
A instalação, Outside Itself da autoria do artista Federico Díaz, é a continuação da obra Geometric Death Frequency – 114 de 2010 e encomendada pelo Massachusetts Museum of Contemporary Art (MASS MoCA). Mas, enquanto esta é uma estrutura inerte - apenas uma grande bolha escura e ameaçadora, a última escultura de Díaz é totalmente interactiva. Os robots são programados para construir a onda, bola por bola, de acordo com movimentos envolventes e mudanças da luz ambiente. Tudo, desde a hora do dia ao número de visitantes e à cor do seu vestuário afecta a aparência e a forma da peça. Para os espectadores é como assistir ao desenrolar do Fim dos Tempos em slow-motion. E são eles os responsáveis.
Assim, cada espectador é apenas confrontado com um vislumbre da escultura num único momento no tempo. Dentro de um mês, assumirá uma outra dimensão, como uma pirâmide ou mancha, ou qualquer outro tipo de forma orgânica. Todavia, uma coisa é certa: será maior. O artista estima que a 30 de Setembro, data da conclusão da mostra, a instalação contabilizará 500 mil esferas.
Segundo o press-release da exposição:
Para Díaz, e de acordo com o tema da Bienal “Going Viral”, o robot funciona como uma “mão estendida dos nossos sentidos”, uma espécie de braço que prolonga a capacidade humana além das limitações do corpo, da mesma forma que a sociedade actual manuseia a tecnologia para simular ou estimular experiências ou para criar “redes sociais”. A tecnologia é aqui invocada para comunicar e alcançar o que o corpo não pode - ir além, para fora de si mesmo.
Será uma espécie de metáfora para a rede social? Sem dúvida que é a primeira vez que o Facebook é comparado a uma onda negra da morte!
Fonte:
LaBarre, Suzanne. Co.Design Daily, Julho 2011.





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